quarta-feira, 9 de abril de 2014

Quem eu guardo comigo


Esses dias uma amiga me disse: “É louco isso, pensar que todas as pessoas que conhecemos um dia vão embora e não lembraremos ou ouviremos mais falar delas. Vão cair no esquecimento como a gente...”.

Acho um engano. Nesses 27 anos conheci muita gente, gente que ainda guardo comigo. E não é apego. Já não tenho notícias da maioria delas, mas não significa que eu não me lembre de cada uma.

Carrego comigo lembranças de cada amizade que tive nos meus primeiros anos de vida. Alguns eram vizinhos, outros da pré-escola. Consigo me lembrar de nomes e sobrenomes.

Lembro-me dos meus amigos da adolescência, dos nossos ídolos, das músicas da época, de algumas conversas e sonhos, e até das praças que faziam a nossa diversão. Também de quem organizava as festas e de quem aparecia com filmes e pipoca na minha casa.

Guardo comigo os meus amores, sim, todos eles. Os que duraram semanas e aqueles que duraram anos. Me lembro de seus rostos, dos velhos planos e das histórias - belas ou nem tanto - que vivi com cada um.

Pode até ser que não nos falemos mais e eu já não saiba por onde andam, o que fazem, com quem estão e se hoje são mais felizes do que eram comigo, mas eu me lembro dos detalhes que importam – pelo menos para mim. E se essas pessoas se lembram do que fui para elas, não me importa, é outra história. Porque cada um dá o sentido que acha que vale.

Penso que “louco” é deixar as pessoas passarem pela nossa vida sem guardar nada, nem uma lembrança, nem um bilhete amarelado no meio de um livro. Porque, ficando na nossa vida ou não, são essas pessoas que formam a nossa história, capítulo por capítulo. 

E a nossa história sempre vale a pena.

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