sábado, 24 de maio de 2008

A Pena de Pavão...


Conta uma lenda árabe que um nômade do deserto resolveu, certo dia, mudar de oásis.
Reuniu todos os utensílios que possuía e de modo ordenado, foi colocando-os sobre o seu único camelo.
O animal era forte e paciente. Sem se perturbar, foi suportando o peso dos tapetes de predileção do seu dono.
Depois, foram colocados sobre ele os quadros de paisagens árabes, maravilhosamente pintados.
Na seqüência, foram acomodados os objetos de cozinha, de vários tamanhos.
Finalmente, vários baús cheios de quinquilharias. Nada podia ser dispensado. Tudo era importante.
Tudo fazia parte da vida daquele nômade, que desejava montar o novo lar, em outras paragens, de igual forma que ali o tinha.
O animal agüentou firme, sem mostrar revolta alguma com o peso excessivo que lhe impunha o dono.
Depois de algum tempo, o camelo estava abarrotado. Mas continuava de pé.
O beduíno se preparava para partir, quando se recordou de um detalhe importante: uma pena de pavão.
Ele a utilizava como caneta para escrever cartas aos amigos, preenchendo a sua solidão, no deserto.
Com cuidado, foi buscar a pena e encontrou um lugarzinho todo especial, para colocá-la em cima do camelo.
Logo que fez isso, o animal arriou com o peso e morreu. O homem ficou muito zangado e exclamou:
Que animal mole! Não agüentou uma simples pena de pavão!
Por vezes, agimos como o nômade da história. Não é raro o trabalhador perder o emprego e reclamar: Fui mandado embora, só porque cheguei atrasado 10 minutos.
Ele se esquece de dizer que quase todos os dias chega atrasado 10 minutos.
Outro diz: Minha mulher é muito intolerante. Brigou comigo só porque cheguei um pouquinho embriagado, depois da festinha com os amigos.
A realidade é que ele costuma chegar muitas vezes embriagado, tornando-se inconveniente e até agressivo.
Há pessoas que vivem a pedir emprestado dinheiro, livros, roupa para ir a uma festa, uma lista infindável.
E ficam chateadas quando recebem um não da pessoa que já cansou de viver a emprestar!
Costuma-se dizer que é a gota d'água que faz transbordar a taça. Em verdade, todo ser humano tem seu limite.
Quando o limite é ultrapassado, fica difícil o relacionamento entre as pessoas.
No trato familiar, são as pequenas faltas, quase imperceptíveis, que se vão acumulando, dia após dia.
É então que sucumbem relacionamentos conjugais, acabam casamentos que pareciam duradouros.
Amizades de longos anos deterioram. Empregos são perdidos, sociedades são desfeitas.
Tudo se deve ao excesso de reclamações diárias, faltas pequenas, mas constantes, pequenos deslizes, sempre repetidos.
Mentiras que parecem sem importância. Todavia, sempre renovadas.
Um dia surge em que a pessoa não suporta mais e toma uma atitude que surpreende a quem não se dera conta de como a sobrecarregara, ao longo das semanas, meses e anos.

domingo, 18 de maio de 2008

Saudades de mim...


Ontem fui assistir uma palestra com o Washington Olivetto. Gostei muito! Até da falta de modéstia que lhe é peculiar! heheh, mas enfim, tirei bom proveito de suas palavras, e sim... chorei assistindo a nova propaganda do bombom "Serenata de amor", é linda mesmo! Passei a tarde com a Dressa, a Bruna e a galera da facul, e voltei pra casa... O dia foi ótimo, exceto seu final, que como tudo na minha vida, sempre aparece alguém querendo estragar... E hoje, não foi um dia legal... Voce já sentiu vontade de sumir? Pois é.. faz tempinho que tenho essa vontade, queria ficar uns 6 meses longe daqui, pra distrair pelo menos, esquecer das preocupaçoes e pressões... quem sabe esquecer de mim mesma!

Saudades Imensas...

... da minha cabeça sem preocupações, da velha fazenda, do orvalho na grama, dos banhos de mangueira, da caminhada no jardim, dos banhos de riacho, da chuva e das poças que ela formava, dos tombos a cavalo (bom, cair do cavalo, caio até hoje rs), das tardes jogando vôlei, das noites jogando mega-drive, das manhãs andando de bicicleta (nem bicicleta tenho mais!), da primeira palavra que eu li, do piquenique na calçada, das árvores que subi pra poder ver "mais longe", do clube depois da aula, do natal iluminado da cidadezinha, das fogueiras de são joão, do frio q passei no onibus, da neblina de Serra Negra, da rave q eu odiei, dos amigos que eu perdi, dos churrascos que nunca mais serão os mesmos, da advertencia no primeiro colegial, do tombo na piscina (que me deixou uma cicatriz até hoje no joelho!), do fanatismo pelos Backstreet boys, do brigadeirao da padaria (que já não é o mesmo), de uma musica que eu gostava e nem sabia quem cantava, do meu chinelo amarelo fluorescente, das manhas que eu podia acordar 10 horas, da gincana do Cefam, do tombo na chuva em taquaritinga, da minha mãe, das voltas no coreto que a gente dava, de todas as manhas que ela me levava lá fora pra ver o sol nascer (ai.. e agora eu vou chorar...), do chuveirão ao ar livre que tinha no sitio, da primeira vez que eu olhei num telescópio, de quando eu achei que as luzes dos postes eram faróis de carros parados numa longa rua de Rio Preto (tá vai.. eu nunca tinha morado numa cidade grande antes...) saudades até da barra que eu enfrentei pra desistir de enfermagem, dos passeios pelas barraquinhas que vendiam camisetas de banda, do filme que mais me fez chorar até hoje (Fenômeno), das risadas nos recreios da escola, de quando eu achava que o barulho dos grilos eram as estrelas que faziam, de quando eu deitava no colchão na sala pra assistir mickey e pica-pau, da felicidade em passar na prova do cefam, de desenhar de giz no quintal, de desenhar.... das poesias que eu nao faço mais, de aguardar pela festinha de aniversário, da primeira vez que eu vi o mar, do medo do vestibular, dos abraços dos familiares q eu nao ganho mais, da minha inocência (embora digam q eu ainda tenho um pouco dela), da familia unida e completa, do primeiro salário q usei pra comprar meu violao (e q hoje nem lembro mais tocar), de quando eu pintei meu cabelo de roxo, de alguem que está longe (mas que as vezes prefere, bom sei lá!...) e das experiencias lindas e únicas... saudades de mim... enfim de tantas coisas... que daria um livro! Mas o passado é lição para se meditar, não se reproduzir. E eu tenho esperança de um bom futuro!!! (ahh... esquece tudo isso, deve ser síndrome de domingo a noite sozinha...)

sábado, 10 de maio de 2008

É...

Às vezes as pessoas têm mania de querer voltar ao passado, ou então vivem se projetando no futuro. Ficam fazendo planos e contando os dias para que o futuro tão "perfeito" chegue logo. Geralmente, as pessoas fazem isso quando percebem que o presente está uma merda. Talvez porque seja mais fácil sonhar com um lindo futuro do que tentar mudar o presente. É errado, já que ele tem costume de cair ao vão, de repente mudar de direção.
É dificil perceber que as vezes, um amigo de "confiança" te apunhalou pelas costas. É por isso que digo que ninguem merece confiança ilimitada. Nem nossa sombra.
Daí vc esta cheio de decepçoes... e vc se pergunta se vale a pena passar por tudo isso. Vale a pena ganhar uma gastrite por causa de um trabalho que te estressa? Certamente não, pois vc gastaria seu salário em remédios e consultas médicas.... É só um exemplo, afinal vc pode ganhar uma gastrite de diversas maneiras e por causa de diversas pessoas (sim, pessoas são as maiores causadoras).
Tem coisas que realmente não valem a pena. Mas não é fácil ter que mudar isso, exige muita coragem. Pra mudar, vc deve estar no "limite", caso contrário vc se acomoda mesmo, e continua a imaginar seu fututo "perfeito", suportando coisas que não te fazem bem...
Talvez, a única saída é nunca esperar demais, nem acreditar demais.
"Eu aprendi que não são as pessoas que nos decepcionam e sim nós que esperamos muito delas."
E a ilusão é o primeiro passo para a decepção, já que ninguém é perfeito...
Enquanto isso... eu ainda estou projetando o meu futuro.
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa tem razão...