domingo, 9 de outubro de 2011

Coragem...


O que a vida espera da gente é coragem.

Coragem para começar e, quando for preciso, para recomeçar.

Coragem para sonhar e para lutar pelo que se sonhou.

Coragem para terminar, porque toda etapa um dia chega ao final.

Coragem para falar e ainda mais para ouvir.

Coragem para amar, mesmo com todos os riscos que isso acarreta.

Coragem para ficar, coragem para partir.

Coragem para abrir uma porta e, talvez, para fechá-la mais tarde.

Coragem para aceitar o que a gente não pode mudar.

Coragem para mudar o que a gente pode.

Coragem para sorrir e muito mais para chorar.

Coragem para perdoar, e também para esquecer.

Coragem para voltar atrás, ou talvez para seguir em frente.

Coragem para esperar e para confiar no tempo.

Coragem para cantar, para brilhar, para ser feliz, mesmo sem saber o que virá pela frente.

E por fim, coragem para viver. E para aceitar que um belo dia se morre.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Vinho, blues e poesia...



Acho os momentos de solidão tão bons - e tão necessários - quanto os momentos de euforia junto aos amigos. É na solidão que refletimos sobre os rumos de nossas vidas – talvez por isso tanta gente tenha medo dela. É quando aproveitamos para descansar do mundo, ler um bom livro, degustar um bom vinho com toda a calma ou apreciar uma música mais profunda. E talvez por isso tais momentos sejam tão reveladores: é nesse pequeno espaço que converso com quem mais me entende neste mundo: eu mesma.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A gente entende...


"Só chegamos à primavera após suportar os rigores do inverno"

Às vezes a vida nos mostra novos caminhos, que parecem escuros, incertos, e com medo das mudanças e do desconhecido acabamos ficando no mesmo lugar. Eis que um dia ela nos obriga a seguir em frente, mesmo contra a nossa vontade. E nós, despreparados e sem entender, nos revoltamos. Achamos que não vamos aguentar o peso do novo e pensamos que poderíamos ter feito tudo diferente.
E só depois de um tempo – e sabemos que ele não tem pressa – é que conseguimos enxergar e entender o significado de tudo. A escuridão se esvai e você percebe que tudo o que acontece é para o nosso bem. Entende que coisas boas se separam para que coisas ainda melhores se juntem. Que algumas coisas se perdem para que outras maravilhosas aconteçam.
Que tudo tem um momento, que as coisas passam mesmo e que as mudanças são necessárias, afinal, delas depende o nosso crescimento, ou mais que isso: nosso amadurecimento. Percebemos que as coisas temporariamente “ruins” ensinam muito mais que as que consideramos boas.
Aprendemos que saber esperar é uma virtude. Que os dispostos é que se atraem. Que tudo depende apenas de nós. Que não ter tudo o que se pede, muitas vezes, é um golpe de sorte. E por fim, entendemos o mais importante: que a vida sabe o que faz. E então, podemos voltar ao nosso estado de paz e conseguimos recomeçar.

domingo, 17 de julho de 2011

Boa noite

Sou mais um beijo de “boa noite” que uma noite de sexo sem compromisso. Sexo é bom, mas sem afeto, carinho, apego, não significa mais que um momento passageiro seguido de um vazio existencial. Valorizo aqueles momentos que ficam. Porque que sexo a gente encontra em toda esquina. Já o amor, um em cada vida.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O melhor perfume


Sobre frascos e conteúdos...
Você encontrou o cara “perfeito”. Ele tem todas as qualidades que você sempre sonhou encontrar em alguém: é lindo, charmoso, de aparência impecável, um autêntico “gentleman”. Enfim, marcam um primeiro encontro, você usa o seu melhor perfume (afinal, a ocasião merece), e, quem sabe, começa um novo relacionamento.
Mas com o tempo, o gentleman revela-se uma pessoa totalmente diferente. E então, você se lembra daquela frase que a sua avó dizia: os melhores perfumes estão nos menores - ou nos mais simples - frascos.
É claro que alguns belos frascos também trazem em si perfumes magníficos, mas, infelizmente, nem sempre é o caso. E às vezes você descobre que o conteúdo daquele frasco maravilhoso não era tão bom quanto aparentava: e o prazo de validade era curtíssimo.
E você percebe que o cara “perfeito”, com todas aquelas qualidades que você atribuiu, não era nada daquilo. As palavras doces encobriam mentiras. A bela aparência dissimulava a personalidade fútil. O olhar charmoso, que parecia sincero, escondia gargalhadas por dentro. E a pele impecável não era nada mais que uma máscara.
Ao contrário de Elis Regina, que cantava “E as aparências não enganam não”, acho que as aparências enganam, sim. Volto a me lembrar da frase da vovó. A melhor fragrância pode estar naquele frasco que está do seu lado, na sua cômoda, esquecido porque sua embalagem pode não ser tão encantadora.
E talvez, aquele belo e caríssimo vidro de perfume esteja totalmente vazio, ou quiçá tenha líquido vencido e amarelado por dentro. E esses frascos vazios não merecem o nosso melhor perfume.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Amadurecendo


"A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranquilidade,querer com mais doçura."
Já nascemos com duas grandes e inevitáveis tarefas: a de conviver com nós mesmos e a de amadurecer. Cada ano que passa entendemos um pouco mais sobre ambas: aprendemos a olhar o passado, a aceitar que somos imperfeitos, que erramos, e a aceitar que no decorrer da vida precisamos abandonar as “roupas velhas”, já gastas pelo tempo.
Amanhã faço 24 anos e é o primeiro aniversário longe da minha família e dos amigos de longa data. Mas não devo reclamar, talvez este último ano tenha sido um dos mais significativos na minha vida, um ano de grandes mudanças e aprendizado.
Foi quando as despedidas começaram: adeus aos amigos de infância – que até outro dia eram “para sempre”. Adeus cheirinho de comida da vovó às 11:00. Adeus pai levando pra faculdade, pro trabalho... Adeus madrugadas na internet, porque afinal, agora o dever me chama logo pela manhã. Adeus ilusões, bem-vinda, realidade.
É quando você descobre que cresceu. Quando eu era criança, pensava que ao alcançar os 18 anos de idade já seria “gente grande”. A verdade é que a gente só cresce com as experiências e responsabilidades que acumula. E quando aprende a aceitar que nossas “certezas” não eram tão certas assim.
É como se você encontrasse outra pessoa dentro de você mesma, mas como uma versão atualizada: agora você paga suas contas, tem roupa para lavar, cronograma para seguir, casa para limpar e ninguém vai lhe acordar caso perca a hora para o trabalho (salve o despertador do celular!). Você está sozinha e agora tudo depende apenas de você - e dentro de um tempo cada vez mais escasso.
E nessa hora bate uma saudadezinha de tudo que passou. Dos amigos que já não vê. Das pessoas que passaram por nossa vida ficando tão pouco tempo. Das tardes sentadas na calçada, ouvindo as histórias do vovô. Das caminhadas despretensiosas durante as tardes de domingo. Da comida feita no fogão à lenha da fazenda nos fins de semana. Da casa cheia. De acordar com o barulho dos primos fazendo farra no quintal.
E claro, às vezes sente medo: de ter feito algo errado ou ser culpada por tudo aquilo que não deu - ou que pode não dar - certo. Mas ao mesmo tempo sabe que tudo isso é consequência de uma palavra que muitas pessoas jamais saberão o verdadeiro significado: amadurecimento.
E isso dá coragem para dar mais um passo. Tomar outra decisão. Amar de novo, esquecer de novo. Afastar-se para não voltar tão cedo. Entender que algumas coisas não dependem exclusivamente de você. Mudar. Talvez você não precise ter medo por estar distante das pessoas. Mas precisa se preocupar em estar sempre perto de você mesma.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Relações...


Entre os maiores percalços na história de nossas vidas, está a arte de dizer “adeus”.
Reaprender a viver sem alguém pode ser tão doloroso quanto sair do calor do útero da nossa mãe para enfrentar esse mundão de meu Deus. E enxergar tudo pela primeira vez, de novo.

A gente não pede para nascer, tampouco para que um determinado cidadão entre na nossa vida, invada nosso coração e instale-se feito um parasita... Sem nem pedir licença. Mas a gente nasce, cresce, e um belo dia esse alguém aparece, apossando-se dos nossos pensamentos – e da nossa vida.

Uns ficam pouco tempo e, ao sair, o estrago que causam é ínfimo. Outros, ficam muito e até criam raízes, e aí fica mais difícil arrancá-los sem que fique um indício de dor. E há aqueles que ficam pouco, mas de forma tão intensa que quando partem deixam uma fenda, um vazio na mente, na alma, no coração.

Há alguns que ficam, mas que são tão diferentes de nós que vão causando feridas dolorosas e várias rasuras no livro da nossa vida. E então, cabe a nós decidirmos se as feridas valem a pena ou se o vazio deixado compensa um pouco do sofrimento.

De escolhas certas e erradas é que são tecidas as nossas relações. Com um pouco de amadurecimento a gente aprende a acertar mais. Ou aprende a se aceitar mais. Entende que se foi bom, deve ser guardado na memória. E se foi ruim, é experiência.

Compreende que uns vêm e outros vão, como tudo na vida. E aprende a conviver com uns. E a sobreviver sem outros...